E aí, meu povo, como estão? Vamos falar do maior ato do Kpop de 2021, aquele que apenas bate de frente com o hype que o (G)I-dle teve com o I Burn?
Depois de um ano lançando pré-releases, até porque Everybody Has aparece na track list final do Querencia e ela foi lançada há quase um ano, então podemos dizer que esse foi um álbum bem trabalhado e todo o hype para cima dele foi compensado com a title track. Mas eu vejo isso pelo meu lado, já que algumas reviews da blogosfera já mostrou que a faixa seria duvidosa. Agora, enquanto o Lunei e o Wendell não dão as caras em suas análises, vamos ler um pouco da minha sobre esse álbum.
Com um total de 16 músicas, uma vez que as 4 Sidea são Preludes e Querencia é um interlude, ainda assim, depois de tantos pré-lançamentos, ainda conseguimos ter 11 faixas inéditas, mais do que muitos idols conseguem desovar. Mas antes de qualquer coisa, eu quero fazer um baixo assinado para demitir quem teve a ideia de usar essa capa na versão digital, porque minha nossa senhora do Design, alguém estava drogado para ter feito isso.
Começando com o Side A, o interlude Noble não é seriamente nobre. Eu mesmo tinha em mente que eles mirariam em algo voltado à ópera, para dar um ar mais poderoso no instrumental. Contudo, eles apenas focam num instrumental que mescla o PC Music e o tryhard urban, o que, querendo ou não, dialoga com a forma que elaboraram a title.
Seguindo depois de Bicycle, que foi a title comentada ontem, temos Masquerade. Essa sim carrega um toque nobre, pois ela traz um aspecto de época, em que mescla o flamenco com o jazz, em que o trompete vai construindo em cima dos sintetizadores, dando aquele ar dançante à faixa. A próxima é Flying On Faith, que possuiu um instrumental que inicia na guitarra e vai crescendo até um eletrorock, dando um ar de canção intensa de superação.
Essa primeira parte termina com Luce Sicut Stellae, e também não segue um toque nobre na minha concepção, pois ela mira num reagge lento em cima do violão. E pelo nome em latim, eu esperava algo mais catédrico, poderoso, em que ela estourasse o vocal estilo Oh My God do (G)I-dle, mas com um instrumental não tão experimental.
O Side B começa com a intro Savage. Realmente a faixa tem um instrumental Savage, algo puxado ao vouging, com um DanceBall bem construído em cima do eletrônico, uma trilha sonora digna de qualquer drag queen que saia do RPDR. Seguindo, temos Stay Tonight, o primeiro lançamento, e seguimos com Dream of You, o terceiro pré-release.
Bother Me é a primeira inédita dessa parte. Aqui ela entrega um club house bem melódico, em que ela se permite trabalhar os melismas vocais de forma bem confortável no início do refrão, mas depois elas liberam o vocal para estourar num instrumental eletrônico, dando um ar de pista de dança mesmo.
Com Chill, ela encerra essa parte, dando um toque mais dramático para essa parte, que realmente pedia fortes impactos. É uma faixa deslocada para o que gostariam de entregar, pois o lado selvagem se desloca apenas na letra, pois a melodia fica parecendo trilha sonora de algum filme de A Escolha Perfeita.
O Side C começa com Unknown, um PC music doido que mescla com um bate lata em piano super desconcertado, faz bem chamar isso aqui de desconhecido mesmo. E tem a segunda faixa lançada para promover esse álbum, Play, que também já comentei sobre.
E finalmente vamos falar de Demente, a faixa que todos esperavam porque a Chung Ha fez uma propaganda enorme de estar cantando em espanhol pela primeira vez aqui. Apesar de ela ter mirado no reaggeton para encarnar um lado latino, o que acaba sendo super genérico, aqui ela conseguiu dar um toque de tango e EDM nessa faixa, além da participação do Guaynaa, que deu um vocal distinto ao dela.
Lemon é um R&B gostosinho, mas claro que ela não lançaria uma balad logo aqui. Com um toque ainda latino, colocando uma construção em sintetizadores e castanholas para dar um ar veranesco também. Byulharang (160504 + 170607) é a faixa que carrega o nome do fandom, ou seja, é uma música para os fãs, falando sobre agradecimento e como seus fãs são importantes. Com um instrumental voltado ao violão e piano, não é uma faixa que explora o desconhecido, e fica o mesmo que Chill, ficando deslocada.
A última parte, a Side D, com a intro Pleasures. Aqui ela puxa para um lado R&B sensual, voltado ao eletrônico, algo bem 007 e trilhas sonoras adjacentes. E vamos de X, o último pré-release antes do Querencia sair, lá de janeiro. Com All Night Long, ela segue a linha melódica que essa parte trabalharia, com um vocal estourando no refrão em cima de um synthpop.
Depois, temos Everybody Has, que eu soquei num resumão porque era uma faixa que eu realmente não imaginei que faria parte do álbum, até porque é um single muito fraco, até mesmo para a Chung Ha. Com Comes N Gone, ela encarna um retrô music que se constrói em cima de guitarra e sintetizadores, é uma melodia super gostosa de ouvir e combina bastante com esse encerramento de álbum.
E o álbum se encerra com o interlude Querencia, que fica num instrumental mais underground, sem muita interferência mesmo.

Nota final: 80/100.
Quando o Dougie falou que mais parecia 4 mini álbuns num só, achei que poderia ser exagero, mas relmente tenho de concordar com ele, porque a forma como montaram as Sides deu essa impressão, principalmente com algumas faixas deslocadas, que foi o caso de Bylharang, Chill e Luce Sicut Stellae, que saem da linha do que se propunham. Com isso, e a divisão feita certamente pelas intros, fica a cara de 4 mini álbuns. Para se ter uma ideia, se colocasse Comes N Gone no lugar de Chill, essas duas partes seriam bem mais coesas do que são.
Contudo, isso não atrapalha o proveito do álbum, que apresenta faixas super excelentes e que conversam com a carreira da solista, além de novas que trazem pontos fortes. Uma solista versátil, que entrega ótimas coreografias, com músicas inéditas para si mesma, mesmo que sigam linhas da moda. Daqui a pouco ela encarna um tropical house aos fãs da moda de 2017.
E aqui está a review do Querencia, não é um dos melhores álbuns do ano, tanto que eu facilmente tiraria Chill e Luce Sicut Stellae que realmente estão ocupando espaço. De resto, ela finalmente entregou seu álbum completo para o prazer de todos, pois tem farofas de todos os estilos. E o chocado que a Chung Ha não entregou um single retrô, não é? Será que teremos repacked no final do ano com um jazz ou um disco house?
6 respostas em “Álbum Review: Chung Ha – Querencia”
Nossa eu terminei ontem mesmo de escrever minha review e, spoiler, vi esse mesmo problema com a última faixa de cada side ficar meio deslocada com o resto, se trocasse elas de lugar funcionaria bem melhor. Enfim, vou guardar o resto da minha opinião pro meu review e pARAR DE DAR SPOILER
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Se não fosse esses BOs das últimas tracks, realmente não teria essa impressão de 4 EPs em 1LP… E chega de spoilers! ahahah
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Primeiro, adoro que sua review foi super orgânica e de boas (nem parece ser de um álbum gigante), me empolgou aqui pra eu voltar a escrever Album Reviews (inclusive do Querencia) 💖
E achei super fofo que você mencionou que estamos aguardando a review do Lunei e do Wendell xD
Sobre o álbum em si, terminei de escutar hoje e achei meio confusa a execução, é o primeiro álbum de kpop que parece um ÁLBUM mesmo em muito tempo, mas as divisões e “sides” ficaram… Desconexas?
Mas o que mais me chocou é que eu curti o Lado D mais que o C e, talvez, ate mais que o Lado A e B, mas só escutando de novo pra ter certeza kkk
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*estávamos kkkk Já que os dois já postaram kk
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Sim, estávamos hahaha Agora dá para afirmar que a Chung Ha errou em Bicycle, para muitos
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Sim, eu tentei levar o álbum mais de boas, até porque tem faixas que você não consegue inovar muito na hora de comentar… E o Side D tinha tudo para ser o mais querido por muitos, pois como foi a parte que teve as partes mais balad vocal, o povo já chega com o nariz torcido hahaha
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