E aí, meu povo, como estão? Bora falar da nova madrinha dos vinhados sul coreana?
Chung Ha não lança um álbum em si desde o magnífico e longínquo Querencia, cheio de altos e baixos, singles divinos e apocalípticos, mas que tudo se resumia em como a MNH começou a cagar no rolê da Chung Ha e que a empresa está doida para ela romper contrato, já que a xixa reclama dia sim, dia também de como aquele aglomerado de gente está gongando a carreira dela. Mas com uma boa luta, pelo visto, ela vem com o segundo full álbum, dividido em duas partes.
Sparkling bebe do retrô music, o disco house é gritante, e como a Chung Ha não é uma solista qualquer, mas que sabe aproveitar as tendências pop e se destacar, ela aprendeu com alguns grupos por aí a colocar detalhes pequenos no instrumental. O assobio de calopsita veio para dar aquele tchan na música (E eu achei tudo uma calopsita real na hora do assobio), teve aquele som de lata sendo aberta e eu já me sinto em uma pool party com essa música ao fundo, machos de sunga, mulheres tomando sol e uns vinhados dançando e uns héteros que entraram pela cota jogando truco.
Até a parte pós primeiro refrão, que é um leve drop para um rap perdido, ela soube colocar um PC Music mais ritmado e sonoro, como se fosse umas panelas batendo, bem NCT, só que óbvio que ela fez direito, é não chega a incomodar.
Mas o que incomoda é quão baixo orçamento está esse MV. Assim, nem os EPs da Chung Ha o custo era baixo assim, quem dirá para um single de um LP. E analisando melhor, tirando o cenário principal, em que tudo gira em torno dele, o resto é um fundo meio furtacor, meio papel de celofane de buffet infantil (Amei as referências da Rafa, morria de rir!!!).
O álbum da bonita rainha dos gays começou bem com XXXX, uma single que grita sexo selvagem. Os drops em EDM para um R&B é bem potente, ela chegou com um vocal mais contido, sussurrando até, e isso dá um ar potente e gracioso, mesmo com a selvageria que música pede e entrega.
Em Louder, é uma faixa suave de verão, um disco house mais puxado ao funky, é uma música que grita BFFs na piscina em uma tarde entediosa. Crazy Like You tem o feat da madrinha dos indies dark, a BIBI. Assim como XXXX, a faixa traz aspectos mais contidos, com um quê sensual e sexual, a faixa entrega um refrão que não explode, mas que só de ouvir, a internet já começa a mostrar notificações de sex shop.
California Dream é uma faixa conhecida, ela apresentou em um festival esse ano, é outra faixa mais verão, com toques delicados. Realmente, é uma faixa que combina com o ar de Festival, principalmente aquele de jogar água para todos os lados da Coreia do Sul.
Good Night My Princess é uma faixa mais melódica, em cima de vocal potente dela e de um instrumental em cima de violão, tem um ar etérico (Eu imagina um MV estilo Scorpio da Sorn). Love Me Out Loud começa promissora, a faixa tem aquele quê em ball room, e quando começa a crescer vai para um piano e mesclando com eletrônico, e o refrão explode no instrumental e ela repetindo o nome da faixa, é uma faixa que não lembro da Chung Ha lançando e combinou super com ela.
E o álbum acaba com Nuh-Uh, com uma faixa com acordes tradicionais, mas sem sair do estilo solista pop star dela, com um vocal delicado, que combinou também com um ar sensual da faixa. O refrão dá uma quebra com o drop mais denso, mas nada que estraga a faixa. Agora eu fico pensando na Chung Ha encarnando um conceito totalmente tradicional.
E bem sério, a MNH fez muito mais com menos no MV do Bandit que lucra três devitos e alguns salgados de alguma barzinho de bairro, o que tão fazendo com a Chung Ha? Empresa afundando com gosto.
Quanto ao trabalho como um todo, é um álbum não tão redondinho, eu reorganizaria a tracklist para fazer mais sentido, começando com verão, indo para uma noturna mais sensual e encerrando na baladinha mais vocal e etérica. Mas como um todo, o álbum está muito bom, a Chung Ha fez um ótimo trabalho.